quarta-feira, 8 de setembro de 2010

O COORDENADOR PEDAGÓGICO E A QUESTÃO DA PARTICIPAÇÃO NOS ÓRGÃOS COLEGIADOS

A participação dos pais e alunos vem se fortalecendo, principalmente na constituição e no desempenho de órgãos colegiados da escola. O coordenador pedagógico pode incentivar a participação dos pais através de textos educativos que esclarecem a função da escola, com o objetivo que os mesmos entendam e ajudem os profissionais a educarem seus filhos com os mesmos propósitos, com a mesma intencionalidade.

Através de parcerias em passeios, onde são feitos convites realizado aos pais para acompanharem os filhos às excursões. É necessário que realizem palestras oferecidas no horário da noite com temas que os auxiliem na educação de seus filhos e que mostrem a importância da parceria família e escola, através de projetos que interagem família e escola, como festa da família, na qual pais e filhos desenvolvam juntas atividades propostas pela escola. Em relação à atuação dos professores no colegiado, a participação é de suma importância. A escola envia representantes que ajudam a decidir e expor aos pais e outros membros do colegiado, as propostas encaminhadas como, por exemplo: compra de ventiladores que são materiais permanentes, etc.

Em relação ao colegiado, a direção envolve os participantes, deixando o mais claro possível suas intenções. É necessário que os membros entendam o que está sendo proposto para que aprovem ou não com coerência. Nesse momento a direção está sendo formadora e transformadora, pois ajuda na construção de opiniões, identidades e autonomia.
Em todas as situações a instituição tende a ser democrática formando uma parceria com seus membros e com a comunidade.

A supervisora e ou coordenadora é de suma importância no colegiado, pois trabalham junto com a direção na preparação dos temas propostos e na dinâmica da reunião, além disso, ficam encarregadas de escrever a pauta com os temas propostos em reunião.

O PROTAGONISMO E PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM



A pedagogia renovada acredita que a aprendizagem é resultado de trabalhos participativos dos alunos, estimulados e conduzidos pelo professor, onde eles indagam e observam. Para isso é preciso que a escola favoreça ao educando momentos para que ele possa ser protagonista nos processos decisórios de aprendizagem e de organização de ações, tendo clareza dos tempos e espaços disponíveis e das dimensões em que essa participação pode ocorrer.

Entende-se que o professor é um mediador de conhecimentos, vivências e experiências, onde pautará as ações dos seus alunos de forma dialógica e democrática, objetivando a construção da autonomia do jovem por meio de propostas que possibilitem desenvolvimento de suas competências cognitivas, pessoais, sociais, emocionais e produtivas trabalhando com projetos.

O professor e psicopedagogo Celso Antunes,  fala da importância de se utilizar o projeto como processo de ensino e aprendizagem:



O trabalho com projetos, além de estimular o jovem para a construção de sua autonomia, propicia espaços para que ele seja protagonista em seu processo de aprendizagem. O coordenador e sua equipe de professores devem conceber uma educação escolar em sintonia com o protagonismo juvenil onde requer estratégias e procedimentos em sala de aula e em outros espaços e momentos na rotina da escola, que considerem o potencial do jovem para planejar, organizar, desenvolver e avaliar ações, mediadas pelo professor, o que pode se efetivar, entre outras ações educativas, por meio de projetos. O trabalho com os mesmos sinaliza para a possibilidade de superar algumas posturas e certos procedimentos que inibem o protagonismo do jovem no processo educacional.


Cabe ao coordenador reorientar o currículo escolar com o trabalho por projetos estimulando a introdução de atividades mais dinâmicas e significativas no processo de ensino-aprendizagem, construído pelo coletivo da comunidade escolar por pais, alunos, professores, funcionários, etc.


ASSISTA: SER AUTORITÁRIO OU TER AUTORIDADE

A QUESTÃO DA AUTORIDADE E DA FORMAÇÃO DE VALORES

“As crianças não respeitam porque não tem ninguém nesta escola que imponha respeito, porque ninguém faz nada. Alem disso, as reuniões são muito chatas, a coordenadora obriga a gente a fazer as atividades.”


(fala de professora sobre a coordenação).

“Não gosto de mandar, mas acho que é isso que as professoras esperam de mim; pelo menos não teriam o trabalho de decidir e assumir responsabilidade.”

(fala da coordenadora sobre professores).

Quando lemos o relato descrito acima, podemos ver que há um grande conflito em relação à autoridade e valores. Quando observamos, especificamente, o ambiente escolar percebemos que as situações de conflitos são maiores. As práticas adotadas pelos integrantes da escola impedem a construção de valores positivos.

O que é autoridade?

Hannah Arendt (2000, p. 129) diz que autoridade, com certa freqüência, confunde-se com violência e poder. No entanto, só se pode conceber a presença de autoridade quando se “exclui a utilização de meios externos e coerção, pois onde a força é usada a autoridade fracassou”. Então, autoridade constitui-se de hierarquia pelo reconhecimento da competência de quem a exerce.

La Taille (1999) entende que autoridade está relacionada com o sentimento de respeito, que se constrói na relação entre pessoas e se constitui de duas maneiras distintas: como resultado de hierarquização nas relações sociais e como reconhecimento do prestígio ou competência.

A partir desses conceitos podemos analisar as falas da professora e da coordenadora, como cada uma delas concebe a autoridade. A professora atrela autoridade ao respeito, ela julga a coordenadora, ela acha que não tem que ser responsável por nada. A coordenadora é quem resolve os conflitos de autoridade na escola.

Portanto, é necessário que se invista na construção da autoridade, na formação de valores como respeito, a responsabilidade, a admiração e a autonomia. Tudo isso tem que ser feito com a interação e contribuição de todos.


O COORDENADOR PEDAGÓGICO E A QUESTÃO DO REGISTRO

Segundo Fujikawa (2006), na construção de conhecimentos, são estabelecidos vínculos entre professores e coordenadores saberes e novos caminhos, fazendo assim a reflexão e compromisso com sua prática docente.

No seguinte processo o coordenador pedagógico tem toda importância planejando formas de reflexão, de formação de professores e de divisão de responsabilidades. Para melhor organização, este processo pode ser sistematizado através do registro.

Tais registros são feitos por professores e também por coordenadores, em diversos contextos educativos: registro em diários, registros em relatórios de alunos, registros em forma de síntese em reuniões entre coordenadores e diretores, escrita do relatório de avaliação do trabalho realizado.

Ao organizar acontecimentos em forma de registro, professores e coordenadores passam a ter uma nova visão de suas práticas pedagógicas, fazendo uma reflexão e até reelaborando novas práticas.  

O coordenador assume o papel fundamental de organizar e conduzir o trabalho do contexto escolar. Trabalhando a reflexão e a revisão da prática pedagógica, os diferentes pontos de vista, os diversos tipos de planejamento e propiciando o diálogo.

Segue abaixo o link da matéria “Escrita profissional: a importância dos registros feitos pelos  professores”, publicada pela revista Nova escola, que foi escrita por Luiza Andrade, mostrando a importância do planejamento e da documentação para melhor organização do espaço escolar.

A publicação mostra a importância dos registros feitos por professores e sua reflexão após a leitura da escrita. Zabalza citado por Andrade (2009) diz que é necessário diferenciar os tipos de registros, pois “há aqueles com características basicamente burocráticas. São os que contêm apenas os temas abordados, as presenças e as faltas. Seu valor é relativo e têm pouco a ver com a qualidade do trabalho docente”. E menciona os registros mais interessantes para a reflexão da prática.  

Desenvolvido pela Editora Abril. Disponível em http://revistaescola.abril.com.br/planejamento-e-avaliacao/planejamento/escrita-profissional-427279.shtml Acessado em: 08 Set 2010.